Na medicina Tradicional Chinesa a abordagem da dor é por multiplos fatores, relacionados a hábitos de vida, comportamento emocional, clima…entre outros. Os chineses acreditam que a energia chamada chi (ou QI) está presente em todo o universo e no ser humano. A idéia é de que o chi percorre trajetos no corpo, surgindo o conceito dos 12 meridianos, que nutrem de energia todos os órgãos e funções.
Segundo essa crença, a saúde se baseia na harmonia entre as energias yin e yang (aquele símbolo famoso com a figura dos semicírculos branco e preto se completando). ”O yin e o yang estão presentes no universo. A medicina chinesa é fundamentada na filosofia do Taoísmo, que observa o universo com essas duas polaridades, se manifestando no equilíbrio dinâmico. O yin como sendo a energia feminina, o profundo, o frio, o repouso. O yang como sendo o calor, o movimento, a energia masculina. São opostos mas se complementam”, confirma Flávio.
”Tui Na requer pressão nos meridianos e em pontos específicos. Esta pressão interfere no fluxo de QI, fazendo com que este se mova livre e calmamente por todo o corpo. A medicina chinesa acredita que todas as doenças são causadas por desequilíbloqueios no fluxo do QI”, explica Marina Darin, formada em Educação Física, com especialização em Artes Corporais Orientais, no Artigo sobre tui ná (no site www.lifeplus.com.br). Se o fluxo está equilibrado, a pessoa se sente relaxada e com entusiasmo, sem tensão ou dores.
”Na medicina tradicional chinesa, não existe doença, mas um desequilíbrio energético por deficiência ou por excesso e fatores patogênicos, que são a manifestação da doença. O próprio organismo tenderia ao equilíbrio, direcionando o organismo para a energia de cura. Quando o fluxo de energia está em harmonia, temos a saúde”, completa o acupunturista e shiatsuterapeuta Flávio Bombonato.
Na busca desse equilíbrio entre as duas energias, há um movimento que provoca o intermediário, como as temperaturas médias. ”Tudo isso está relacionado aos cinco elementos, o universo sensível e palpável. São fogo, terra, metal, água e a madeira”, diz o acupunturista Flávio. O corpo humano também seria a expressão dos cinco elementos, com cada um relacionado a determinadas estruturas e funções orgânicas.
”Tanto o shiatsu, como o do-in e o tui ná trabalham os cinco elementos: água, fogo, metal, madeira e terra. A água destrói o fogo, que destrói o metal, que destrói a madeira, que destrói a terra. A água corresponde aos rins. O fogo corresponde ao coração. O metal corresponde aos pulmões. A madeira corresponde ao fígado e a terra corresponde ao baço, pâncreas”, explicita mais a terapeuta corporal Sueli Kozue Hiromori.
Além de uma relação de dominância, existe um processo de alimentação na natureza pelos cinco elementos e também no organismo, conforme Sueli. ”A água gera madeira, que gera o fogo, que gera a terra, que gera o metal, que gera água. Se um deles está bom e os outros estão comprometidos, por meio desse elemento bom, há como recuperar os outros. Se a pessoa tem um problema no fígado, podemos tirar a força do metal para inibir a madeira, o fígado. Também posso agir no fígado, estimulando os rins, que é a água, através da massagem”